Primavera(s) de Deus

  • Explicação

    Maria, figura central da próxima Jornada Mundial da Juventude, é o primeiro sinal da Primavera de Deus, no inverno da humanidade. Como no-lo recorda o lema da JMJ, partiu “apressadamente”, porque essa Primavera, anunciada pelos profetas e ansiada pelo “povo que habitava nas trevas” (Mt 4, 16; Is 9,1) não podia mais ser adiada: tinha de contagiar outros, como mais tarde fará seu Filho Jesus, pelos caminhos da Palestina.

    Passados dois milénios, o inverno persiste (conflitos, desigualdades e injustiças). Porém, tampouco essa Primavera deixou de dar sinal de si, da sua presença atuante.

    Propomo-nos descobrir e conhecer “rostos jovens” de Deus. Jovens que foram Flores e frutos de fé, testemunhando a alegria e a paz dos filhos de Deus, em situações extremas de sofrimento ou na defesa da pureza; flores e frutos de esperança perseverante no longo inverno persecutório da fé, em tantos lugares do planeta e ao longo da história; flores e frutos de caridade que perfumaram a humanidade, na entrega das suas vidas pela dos outros, mais pobres ou vulneráveis da sociedade, em defesa da verdade e da justiça.

    São raparigas e rapazes de 4 continentes, dos séculos XX e XXI. Uns, cristãos desde o berço, outros, conversões extraordinárias, onde e quando menos era espectável. Todos morreram cedo, mas marcaram o seu tempo e seus conterrâneos, porque todos frutos maduros. Assim são as Primaveras de Deus.

    Desafiamos-vos, ao longo deste ano, a conviverem com eles: tomai-os como companheiros de vida cristã, mestres com quem aprender, amigos espirituais em quem colher inspiração e a quem orar, pois a maioria é venerável ou beatificada.

Primavera 62 - EDITH FERGUSSON

“Amei tanto quanto podia. Conheci muita gente que aprendi a amar, mas também tive falhas e, por isso, peço perdão.Édith Fergusson 1 Cópia Tenho, infelizmente, o mau costume de ferir os outros sem querer. Como consequência, arrependo-me sempre. Amo as pessoas e gostaria que não me esquecessem. Farei o mesmo lá de cima. Velarei por todos e amar-vos-ei sempre.”
São palavras de despedia de EDITH FERGUSSON.
Nasceu a 9 de março de 1964 no Quebec, província francófona do Canada. Vibra com tudo o que vive. Admira o desenho, a pintura, a música, as antiguidades. Gosta da natureza, dos animais, de mergulhar e fazer esqui. Gosta de rir e de fazer rir… até ao fim. Quando escreve as palavras acima tem 18 anos e sabe que vai morrer. A leucemia rouba-lhe a juventude e a vitalidade. Mas ela permanece serena. “Desprendo-me de tudo para ser livre.”

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Primavera 61 - ALBINO BADINELLI

ALBINO BADINELLI nasce na manhã de 6 de março de 1920 em Santo Stefano d’Aveto, Itália.ALBINO BADINELLI
Sétimo dos onze filhos de Vittorio Badinelli e Caterina Ginocchio, dedica-se desde cedo ao trabalho no campo, numa vida de privações e sacrifícios.
Seus dias decorrem entre a casa, o campo e a igreja. Dos pais recebe o afeto e a fé. Desenvolve um forte sentido de religiosidade, enriquecido pelos valores humanos e cristãos, como a generosidade, a caridade, a bondade e o espírito de serviço.
Dotado de sensibilidade e talento, dedica-se à arte, ao desenho e ao canto. Participa no coro paroquial nas solenidades litúrgicas e, sempre que possível, todas as manhãs na eucaristia diária.
Aos poucos, descobre a "vocação" da sua vida: ser carabiniere (equivalente a militar da GNR).

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Primavera 60 - KARL LEISNER

KARL LEISNER é o único sacerdote ordenado num campo de concentração.KARL LEISNER 2
É, também, um dos religiosos mais conhecidos, entre os 2720, que passaram pelo campo de Dachau.
A 17 de dezembro de 1944, num bloco adaptado em capela, vestido com a roupa às riscas própria dos reclusos, Karl é secretamente ordenado pelo bispo francês de Clermont-Ferrand, Gabriel Piguet, também ele preso. A autorização do bispo da sua diocese, Clemens von Gallen, o “Leão de Munster” (assim chamado pela sua firme crítica contra o nazismo) fora obtida. Um detido confecionara um báculo (posteriormente usado por João Paulo II, na cerimónia da beatificação de Karl). Outros fabricaram uma mitra, um anel… tudo de forma clandestina. No campo, uma tenda vende, para o exterior, flores cultivadas pelos presos. Inma, uma jovem e assídua compradora, aproveita para fazer chegar, às mãos dos sacerdotes concentracionários, todo o necessário para a cerimónia: documento da autorização, óleos para a consagração, ritual, vinho e até um paramento.
Karl está feliz, mas esgotado pelas condições de vida e sua frágil saúde. Só conseguirá celebrar a missa solene dez dias depois. Será a sua primeira… e última.
Mas a história começa muito antes.

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Primavera 59 - ENRICA PLEBANI

Se há vidas que decorrem como um longo rio tranquilo, outras têm um percurso surpreendente.ENRICA PLEBANI Cópia
ENRICA PLEBANI nasce nos arredores de Milão, a 8 de abril de 1960.
Herdeira das correntes contestatárias de maio de 68, apesar da sua educação religiosa e a contragosto dos pais, afasta-se da fé. Manifesta-se abertamente contra a Igreja e rejeita qualquer forma de religiosidade. As discussões em casa são acaloradas. Seus pais não se conformam com esta filha rebelde.
Enrica revela-se exuberante, extrovertida e sociável. Obtém o diploma de educadora infantil. Porém, como as creches são ainda escassas nessa altura, não chega a exercer a profissão. Terá de se contentar com outro ganha-pão.
Entretanto, seu pai adoece. É aqui que tudo começa a mudar para Enrica.

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Primavera 58 - SOPHIE & HANS SCHOLL e CHRISTOPH PROBST

Os irmãos HANS e SOPHIE SCHOLL, e CHRISTOPH PROBST, juntamente com outros dois estudantes, Alex Schmorell e Wili Graf, e um professor de filosofia de 50 anos, Kurt Hubert, formaram uma rede de ação contra o nazismo, queSOPHIE HANS CRISTOPH apelidaram “Rosa Branca” (Die weiße Rose). Há nove meses que esta célula de resistência não armada opera na cidade de Munique. Hans Scholl, impressionado pelas homilias de von Galen, bispo de Munster, tomou a iniciativa. Cobrem os muros da capital da Baviera de palavras de ordem e espalham pela cidade panfletos que redigiram e imprimiram com os meios possíveis. Estendem sua ação a outras cidades, para onde se deslocam de comboio com malas repletas de prospetos. “Podes tu, cristão, hesitar ainda quando a conservação dos bens mais preciosos estão em causa, satisfazeres-te de um jogo de intrigas, adiar a tua decisão na esperança que outro tome as armas para te defender? Deus não te deu a força e a coragem de combater?”

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Primavera 57 - JEAN PLOUSSARD

Em 1964, quando os escritos de JEAN PLOUSSARD são publicados, sob o nome de “Carnet de route” (Diário de estrada), estes ganham imediato relevo na história da literatura espiritual do século XX.JEAN PLOUSSARD
A juventude de Jean, nascido em 1928, é marcada pelo escutismo, pela meditação do Evangelho e a atração pelas missões. Tudo isso levá-lo-á a interrogar-se sobre a vocação. Sente o apelo do matrimónio e de Deus. Namora, mas sua reflexão leva-o a decidir-se por Deus. Aquela que era sua noiva, Rose, respeita a sua opção e ser-lhe-á fiel, mantendo-se celibatária. Jean, com 19 anos, ingressa na congregação dos Redemptoristas.
Na sua caminhada religiosa descobre os escritos de Carlos de Foucauld e de Santa Teresa do Menino Jesus que influenciarão o resto da sua vida. Debate-se, todavia ainda com muitas dúvidas. Reflete sobre a graça e as exigências do celibato, ao mesmo tempo que se deixa cativar pela vida contemplativa dos monges e da experiência inovadora e ousada dos “padres-operários”. Quereria ser tudo, mas encontra o equilíbrio na fórmula redemptorista: contemplativo em casa e apóstolo no exterior. Compromete-se definitivamente.
A sua missão foi definida: é enviado para o Níger, onde chega no natal de 1955.

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Primavera 56 - VIRGILIJUS JAUGELIS

A 17 de fevereiro de 1980, morria VIRGILIJUS JAUGELIS.VIRGILIJUS Jaugelis Cópia
Nascido na Lituânia, a 9 de setembro de 1948, viveu toda a sua existência sob a opressão do regime soviético. A morte de Estaline, em 1953, abrandou a política antirreligiosa. Sol de pouca dura. Três anos depois, D. Sladkevicius, bispo auxiliar de Kaisiadorys é retido em domicílio, sob vigilância. A perseguição redobra de ardor. Padres e fiéis são molestados; levam-se a cabo destruição e profanação de igrejas, cemitérios e monumentos religiosos. A propaganda contra a religião intensifica-se. Mas, simultaneamente, acresce e organiza-se a resistência dos cristãos. O jornal “Crónica da Igreja lituana” é publicado e divulgado clandestinamente. É desta maneira que o Ocidente fica a conhecer suas provações, mas também suas esperanças e coragem, através do relato de numerosos mártires e confessores da fé.

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