A Economia na Pastoral da Igreja
No dia 6 de dezembro passado, estiveram com a nossa comunidade os doutores António Sampaio e Armando Gama Ribeiro, consultores e managers da VIP - Consultoria Empresarial e colaboradores nesta dimensão junto da Arquidiocese de Braga, para nos ajudar a aprofundar questões relacionadas com a gestão económica das instituições da Igreja, mais concretamente as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS).
Esta tertúlia vem na sequência de uma disciplina de "Economia e Gestão Paroquial" que, atualmente, os seminaristas do 6º ano frequentam no Seminário Conciliar de Braga, com quem o Seminário Interdiocesano tem parceria para a formação nas disciplinas ministeriais.
Desafiando os seminaristas, os oradores provocaram um debate aberto e sério sobre a caridade institucionalizada, tantas vezes diante de uma estrutrura de custos imposta pelo Estado, sobretudo nas IPSSs da Igreja, que em Protugal constituem 64%. Dialogou-se, também, sobre as instituições que acompanham e são chamadas a defender o chamado "Terceiro Setor" diante do Estado, como é o caso da CNIS (Confederação Naiconal das IPSS).
Insistiu-se muito na exigência e na competência das pessoas especializadas que se contratam para trabalhar nestas instituições, sem as quais não é possível um bom desenvolvimento das mesmas, uma vez que as comparticipações não são aquelas que se esperariam. Também se chamou à atenção sobre o controlo de fornecedores e de voluntariado.
Também se debateu a missão do Padre/Pároco sobre estas realidades, entre a sua missão de evangelizar e a de vigiar a gestão da solidariedade, no sentido de uma cooperação estreita com a pastoral social da diocese. De facto, ser patrão e pároco ao mesmo tempo não é missão fácil, sobretudo se as pessoas envolvidas não souberem distinguir bem estes papéis na mesma pessoa.
Dialogou-se, também, sobre os efeitos da pandemia na gestão económica das paróquias, a justiça e a vida espiritual das pessoas, ficando claro que as organizações, sejam elas quais forem, não vivem sem lucros mínimos, o que apela aos futuros presbíteros uma capacitação para uma gestão séria dos bens patrimoniais, mesmo que não tenha IPSSs. Os mesmos precisarão de pessoas qua ajudem a fazer uma boa gestão, numa dinâmica comunitária de partilha para a sustentabilidade da(s) paróquia(s). Na verdade, quando os fiéis reconhecem no pastor o nível de seriedade nestas matérias, a colaboração poderá ser mais estreita, inclusivamente através da partilha. A sua missão de vigiar a justiça não pode deixar de existir, para que não de gerem desconfianças contrárias à prática dos valores do Evangelho.
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