Noites C-FRIDAY arrancam com o apelo da missão "ad gentes"
No passado dia 16 de outubro, no nosso Seminário Interdiocesano, tivemos o privilégio de realizar uma tertúlia, organizada pela equipa da cultura e comunicação social, na qual estiveram presentes o padre Vítor Ferro, missionário espiritano, e a Marisa, estudante de medicina que integra um grupo de missionários leigos pertencentes à mesma família religiosa.
Foi no findar da tarde deste dia que a comunidade do Seminário, juntamente com os nossos convidados, nos dirigimos à capela para celebramos a nossa fé, com a Eucaristia, pelas 18h45. Durante a homilia, o presidente da celebração, padre Vítor Ferro, começou por referir o que significa a missão e o ser missionário, descobrindo um pouco o véu do que mais tarde nos iria transmitir.
Após o jantar, pelas 21 horas, começou a nossa tertúlia, num clima de recetividade e boa disposição, com o cântico “alma missionária”. De seguida, foram-nos apresentados os dois interventores principais, dando-se a palavra ao padre Vítor. Este começou por dizer que atualmente está a residir em Braga, no Seminário pertencente à Congregação dos Missionários Espiritanos, desde 2019, mas, no entanto, não escondeu que o seu coração continuava possante no sítio onde tinha feito a sua missão na Amazónia, Brasil.
No Município de Tefé, zona predominantemente ribeirinha, o padre Vítor passou largo tempo da sua vida a levar o Evangelho a pessoas que aí habitam. A sua missão era predominantemente marcada pelo compasso dos rios, dividindo-se em épocas de altas e épocas baixas.
A mudança de paradigma de ser Igreja nesta zona terá sido o que mais interpelou os seminaristas. Um padre que tem por casa paroquial um barco, no qual tem ao seu dispor um diácono permanente e que passa duas vezes por ano pelas muitas paróquias que lhe são confiadas é algo que nos põe a pensar. O padre Vítor deixou destacado o papel preponderante que os leigos têm na evangelização, catequização e celebração da Palavra, para a fermentação das comunidades cristãs nestas zonas.
Num segundo momento, deu-se a palavra à Mariza que começou a sua intervenção por uma série de interpelações que fez mexer com quem a escutava, tais como: “Quem já serviu ou se tornou disponível?; Quem já se sentiu privilegiado?; Quem se considera um otimista?; Quem já romantizou querer ser missionário?”. Todas estas foram perguntas na ótica de aclarar melhor o que significa ser um ou uma jovem que se sente chamado ou chamada à missão, que se deixa questionar e por isso parte para o “outro lado”.
O sentido de comprometimento com a missão que se traduz na simplicidade de atitudes e ações concretas, de pertença a um grupo que parte para a missão em busca do desconhecido, com os generosos sentimentos de serviço ao próximo, foi algo que não passou despercebido no testemunho desta jovem missionária.
Terminada a exposição deu-se tempo a quem quisesse expor algumas perguntas aos nossos convidados. A noite terminou com uma leve ceia, na qual se trocaram impressões e ideias dos frutos desta tertúlia missionária.
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