Primavera 90 - GÉRARD RAYMOND
GÉRARD RAYMOND nasceu a 20 de agosto de 1912, na cidade de Quebeque, no Canada.
É o quarto entre oito irmãos, educados na fé dos pais, receberam deles o amor a Deus e a devoção à eucaristia.
Aos 12 anos ingressou no Seminário Menor. Cresceu em sabedoria, mas sobretudo em graça. A profundidade e exemplaridade da sua vida foram reveladas através dos oito cadernos que constituem o seu diário. Escreveu-o entre os 15 e os 19 anos, idade com que morreu.
Gérard foi um adolescente audacioso e criativo, com alegria transbordante e sorriso fácil. Tinha como lema “fazer agora o que Cristo faria no meu lugar”. Desejou ser padre. Consequentemente, seu sonho era tornar-se santo, não apenas evitando o mal e o pecado, mas essencialmente buscando formas de amar mais e melhor, sem restrições. Assim, seis meses antes da sua morte, escreveu: “Estou pronto a dar todo o meu sangue, no pleno vigor da minha juventude.”
A decisão de escrever um diário nasceu de um desejo: “aperceber-me dos progressos ou retrocessos que faço, para renovar as minhas resoluções, para adquirir vontade, pois preciso.” Nele, registou propósitos que surgiram de leituras e da vida dos santos que o inspiraram. Com frequência, autoavaliava seu percurso interior analisando seus esforços exteriores por melhorar em todos os âmbitos da sua existência.
Um dia, contemplando o rio Saint-Laurent – que bordeia sua cidade – teve um “flash” e compreende que a Eucaristia é o coração palpitante do cosmos. “Pudesse a minha vida ser uma perpétua Quinta-feira Santa! Dia no qual Jesus inventou um segredo: imortalizar a Sua presença entre nós.”
Em dezembro de 1931 foi-lhe diagnosticado tuberculose. Restavam-lhe seis meses de vida.
A maturidade espiritual não se refletia apenas nas suas reflexões, mas traduziu-se na vivência do quotidiano. Viveu o sofrimento sem queixas nem revolta; aceitou os desafios e contrariedades como oportunidades de aperfeiçoamento, sem perder o espírito crítico sobre si mesmo. É na persistência que viveu plenamente o apelo de Deus a que se ofereça cada vez mais ao Amor misericordioso. “Sofrer para salvar o maior número possível de pessoas! Ser, ao mesmo tempo, contemplativo e missionário.”
Faleceu no dia 5 de julho de 1932. Nesse mesmo ano, é publicado uma biografia, intitulada “Uma alma de elite” e, em 1937, o seu diário. Sua fama de santidade expandiu-se rapidamente. Em 1956 foi iniciado o processo para a canonização. Foi, entretanto, declarado Servo de Deus.
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