Primavera 84 - EDEL MARY QUINN
EDEL MARY QUINN tem 20 anos quando toma uma importante decisão para a sua vida. Pierre, um jovem empresário francês pediu-a em casamento. Mas Edel não está livre: prometera-se a Deus. Continuarão amigos, mas a sua escolha está feita e nunca lhe deixará dúvidas.
Edel nasceu em 1907, em Kanturk, no Condado de Cork, Irlanda. É a mais velha da fraternidade de cinco, no seio de uma família muito cristã. No colégio, distingue-se pelo entusiasmo nos estudos e no desporto.
Mais tarde, na capital Dublin, trabalha como secretária numa empresa onde é tida como imprescindível. Mas Edel não vê aí seu futuro. Seu nome Edel deriva de edelweis, flor que cresce nos Alpes. Ela tem em si aspirações mais altas e muito distintas.
Bem cedo, sentiu o chamamento para a vida religiosa. Decide-se pelas clarissas, porém, a saúde precária tornara-se um obstáculo na realização deste sonho. Entretanto, filiara-se na Legião de Maria, fundada por Frank Duff, anos antes, em Dublin. Trata-se de fazer apostolado junto dos doentes, pobres e não crentes. Dedica-se intensamente. Toda a sua vida está centrada na eucaristia quotidiana. É nela que encontra força, paz e alegria. Jamais a viram triste.
Em 1936, a Legião pede voluntários para implantar o Movimento no continente africano. Edel deixa seu trabalho e vai sozinha, confiada na Providência, tornando-se delegada da Legião de Maria, na África Equatorial. Apesar da sua saúde frágil e indiferente ao ceticismo de muitos, Edel chega a Nairobi, capital do Quénia.
Edel deparou-se com inúmeras dificuldades neste trabalho pioneiro, como por exemplo a diversidade de línguas e culturas. Nada disso a impediu de fundar novos grupos no Quénia e nos países vizinhos (Uganda, Tanganica – atual Tanzânia – e Ilhas Maurícias). Sentia-se sempre feliz e jamais se queixava. Mesmo sofrendo muito, especialmente na luta contra a tuberculose que contraíra anos antes, ela unia, à sua tarefa e à sua missão, a fé absoluta por amor a Deus, e a confiança ilimitada na materna solicitude da Virgem Maria. Quando outros hesitavam, a sua resposta era sempre esta: "Por que não haveríamos de ter confiança em Nossa Senhora?". Na verdade, sua fé, audácia e bondade, simpatia e alegria, seu entusiasmo e sorriso, eram contagiosos e faziam milagres. Além disso, tem sentido prático e de organização.
Mesmo trabalhando sozinha e constantemente colocada à prova pela enfermidade, pelo clima e lutas tribais, Edel conseguiu estabelecer centenas de grupos da Legião de Maria e mobilizou milhares de africanos para servir a Igreja. Um missionário dirá dela: “A Virgem Maria faz milagres através dela, Afervora os nossos cristãos. Torna-os apóstolos.” Ainda na Irlanda, afirmara: “Peço a Deus que me dê a graça de O amar, de O fazer amar e de morrer mártir ao seu serviço”.
Após oito anos de heroico labor, Edel Quinn faleceu em Nairobi, no dia 12 de Maio de 1944, com apenas 36 anos. A sua vida entregue a Deus e aos outros foi o seu martírio (etimologicamente, martírio significa testemunho).
O seu processo de beatificação teve início em 1956. Em 14 de Dezembro de 1994, o Papa João Paulo II, proclamou-a venerável, isto é, digna de ser admirada pelas suas virtudes e exemplo de vida.
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