Primavera 83 - JOAN ROIG I DIGGLE
JOAN ROIG I DIGGLE é natural de Barcelona.
Nascido a 12 de maio de 1917, tudo decorria normalmente: sua infância, adolescência e vida escolar. Até 1934. Graves problemas económicos deixaram toda a família na ruína. Em consequência, mudaram-se para uma localidade chamada Masnou, enquanto o jovem se viu obrigado a trabalhar e a abdicar de projetos futuros.
Apesar das contrariedades, Joan intensificou a sua vida de fé e a sua relação com Deus. Conciliava o trabalho durante o dia e os estudos durante a noite, sem deixar de participar na eucaristia diária e ter tempos prolongados de oração. Começou a dar catequese às crianças enquanto integrava a Federação de Jovens Cristãos de Catalunha. Aí encontrou uma comunidade e uma missão: levar Cristo aos outros.
Estudante e trabalhador, Joan aparentava ser um jovem normal. Porém, todos começaram a reconhecer neste rapaz loiro um ardente evangelizador. Nele, o zeloso amor a Deus e pelos outros levou-o a assumir compromissos a favor dos mais desfavorecidos. Estudou a Doutrina Social da Igreja. Estava convencido que era o único caminho válido para combater a desigualdade social e promover a dignidade de toda a pessoa humana.
Em 1936, porém, rebentou a Guerra Civil espanhola. Uma das consequências foi a perseguição à morte de religiosos, sacerdotes e “cristãos de missa”, além de vandalizar e incendiar muitas igrejas. É com desolação que Joan, impotente, viu arder a sua igreja paroquial. Apesar da situação delicada e perigosa, decidiu não esconder-se. Pensando no sustento da sua família, continuou a trabalhar. Sabia que se expunha demasiado nessas viagens diárias. Estima-se que cerca de 300 membros da sua associação juvenil foram mortos. Às escondidas, participava da eucaristia.
Maud, sua mãe lembrou que, nesse período, seu filho “foi aliviando penas, encorajando os tímidos, visitando os feridos, buscando diariamente nos hospitais entre os mortos, para saber quais dos seus tinham caído assassinados”.
A 11 de setembro, recebeu do seu diretor espiritual a missão de levar a comunhão a terras vizinhas. Nessa mesma noite, foi preso e assassinado, com 5 tiros no coração e 1 na cabeça. Antes, teve tempo de comungar. É no Corpo de Cristo que encontrou forças para encarar o martírio na serenidade. “Morreu pregando, dizendo que me perdoava e que rogaria a Deus porque também Ele me perdoava”, afirmou um membro do grupo que o executou. Suas últimas palavras foram para sua mãe, de origem inglesa: “God is with me” (Deus está comigo), com um sorriso nos lábios. Tinha 19 anos.
Joan foi beatificado a 7 de novembro de 2020, na Basílica da Sagrada de Barcelona.
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