Primavera 78 - PATRICK GIRAUD
Nascido a 2 de Setembro de 1953 em Rouen (norte de França), PATRICK GIRAUD é um jovem afetivo, calmo, obediente, extremamente respeitador e tem horror à mentira. Quem o conheceu não esquece o seu riso franco. Participa em acampamentos da JEC (Juventude Estudantil Católica) do qual se tornará animador e, juntamente com outros amigos, funda um grupo de animação paroquial, “Os Aleluias”.
Depois do bacharelato, integra um grupo de preparação para o sacerdócio. Desde pequeno manifestara esse desejo. Por isso, pretendia desenvolver estudos superiores para melhor compreender e ajudar os outros assim como adquirir mais experiência de vida a fim de se tornar um padre com maior vivência.
Porém, em 1975 a sua saúde altera-se bruscamente.
Hospitalizado descobre-se um tumor maligno no cérebro. Operado, acorda paralisado do lado esquerdo.
Inicia-se uma longa recuperação feita de muita perseverança e esperança suportadas por uma fé que nunca deixou de ter: “Que a primeira coisa a fazer hoje, primeiro dia em que me sento após um longo período acamado, que a primeira coisa a fazer hoje, dia em que voltei a escrever, seja escrever um enorme OBRIGADO!
Um enorme Obrigado a Jesus Cristo por recomeçar a dizer-me: não te esqueças que a tua missão é procurar-Me em cada dia e fazer descobrir ao mundo no qual vives que Eu o amo e que é por isso que ele existe; que cada homem está dotado de vida e tem a promessa de salvação; envio-te ao mundo para fazeres nele um trabalho de apóstolo.
(Que eu também saiba não esquecer que a maior felicidade do cristão é saber que já entrou na vida eterna desde hoje e que tudo se passa segundo a vontade do Pai, que tudo tem um sentido e uma utilidade!)”
Segue-se uma reeducação intensiva. Esta longa provação ajuda-o a refletir sobre o verdadeiro valor da vida humana: “Querer demasiado ser válido junto de todos é raciocinar em termos de meios – sou forte ou fraco? – e pecar por orgulho, pois não devemos falar em termos de capacidades; Jesus Cristo concede-nos o que decidiu dar-nos para seguir o seu Evangelho… Cada um de nós está vocacionado para qualquer coisa; que Jesus Cristo nos ilumine, para percebermos aquilo a que estamos destinados.”
Tal coragem advém-lhe da firme certeza de não estar só e da sua relação com Deus: “A fé não deve ser uma afirmação dita, mesmo com convicção, mas uma afirmação vivida.”
Após alguns sinais de melhoras, recaí brutalmente. Parte para Deus no dia 26 de Abril de 1976 com 22 anos. Quatro dias antes, desperta pela última vez, maravilhosamente lúcido, para deixar à mãe, num sopro de amor, com o mais belo dos sorrisos, a sua última mensagem:
“Hoje é Páscoa.
Quero passar a Páscoa com Jesus Cristo e com todos os meus «amigalhaços» (os santos).
Estou contente por viver esta hora de Páscoa contigo!
Que bom é a Páscoa!
A Alegria está a chegar!
Eu bem sabia que me ia acontecer algo na Páscoa.
E aconteceu!
A minha ressurreição está a começar!
…Tu não a vês como eu…
Oh, mãe, como é fantástico! Fantástico! Fantástico!”
Robert, um amigo, escreverá o seguinte: “… Patrick, a tua morte conta-nos a vida, presente e futura…”
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