PRIMAVERA 43 - Marta Obregón
A 21 de janeiro de 1992, era assassinada MARTA OBREGÓN.
Esta jovem espanhola foi vítima do então chamado "violador do elevador", em Burgos. Ao tentar defender a castidade, foi apunhala 14 vezes… o mesmo número de golpes que, quase um século antes, foram desferidos a Santa Maria Goretti, a menina de 12 anos, mártir da pureza. Mais, Marta foi morta na noite do dia de santa Inês, outra adolescente, virgem e mártir.
Além das coincidências, fica o testemunho da sua vida. Era seu desejo, como escreveu: “Se eu pudesse dar exemplo com a minha vida…”
Marta Obregón nasce a 1 de março de 1969, em Burgos. Filha de uma família de classe média muito religiosa, teve uma adolescência atribulada, afastando-se da prática de fé. Aos 22 anos reencontra Deus no seu caminho. Os que a conheceram testemunham a sua alegria, inteligência, beleza, simpatia, boa disposição natural e uma vitalidade transbordante e contagiosa. Boa cantora, era uma companhia apreciada de todos. Sua fé reavivada, aprofundava-se, como o revela seu diário: “Deus é a coisa mais importante da minha vida. Meu amor. E desde que eu consegui adivinhar essa grande verdade, nunca irei querer perdê-la (eu só quero seguir-Te, Jesus)”.
Na noite fatídica, Marta encontrava-se em Burgos, a preparar exames próximos. Estivera a estudar no centro juvenil da Opus Dei, como todas as tardes. Já no prédio da sua residência, foi abordada pelo seu agressor. Levando-a de força num carro, para os subúrbios de Burgos, aí tentou violá-la. As repetidas facadas desferidas são sinal da resistência de Marta, forçando o desfecho inevitável da sua morte. Seu cadáver será reencontrado seis dias depois, coberto de neve. Um facto admirável era o semblante do seu rosto, testemunhado por um dos polícias que encontrou o corpo: “É a primeira vez que eu vi um rosto tão cheio de paz”.
Marta Obregón estava a terminar o curso de jornalismo, em Madrid. Passara um tempo como missionária pelo movimento Neocatecumenal, ao qual pertencia. Uma ida a Taizé marcara-a particularmente. Visitara várias vezes o mosteiro das Clarissas de Lerma. Segundo o testemunho da diretor do centro Arlanza, de Burgos, Marta “era uma mulher que tinha encontrado Deus, mas continuava a busca-l’O cada vez com mais intimidade… ao mesmo tempo que buscava Deus com muita força, dava-se aos outros.” Todos os dias, fazia meia hora de adoração, quase sempre de joelhos. “A verdadeira e única paz encontra-se em Deus, e todos estamos de passagem nesta vida”, assim dizia Marta.
Seu processo de beatificação foi aberto em 2011, pela sua heroicidade ao defender sua castidade e virgindade.
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