PRIMAVERA 26 - István Kaszap

A 18 de dezembro de1935, morria ISTVÁN KASZAP, em consequência de uma doença mal diagnosticada.Istvan Kaszap Cópia
István (Estêvão, em português) nasceu na Hungria, em 1916, em plena I guerra Mundial e queda do Império austro-húngara. É filho de um alto funcionário que se dedicou a ajudar os mais desfavorecidos, nos anos pós-guerra, e de uma mãe que inculcou aos 5 filhos a compaixão pelos necessitados. István dirá, mais tarde, que recebeu deles o fervor e o amor aos pobres.
Desde cedo, revela-se ter um carácter fogoso e impulsivo. Afetuoso e exuberante com os seus, torna-se reservado fora do círculo familiar. É voluntarioso até à obstinação, mas obedece sem discutir. Com qualidades de líder, aplica-se, no entanto, na humildade até torna-se o mais serviçal dos seus camaradas. Porém, preferia o desporto ao estudo. Pista, como era carinhosamente apelidado, coleciona medalhas e troféus no atletismo, na natação e na ginástica, tanto a nível regional como nacional.

Entretanto, interiormente, desenvolve uma relação crescente com Deus. Desejou ser padre. Porém, foi informado que, com notas escolares tão baixas, desistisse da ideia. Foi um choque que o consciencializou na necessidade de se responsabilizar. De um semestre para o outro, a mudança foi brutal. Paralelamente, passa a frequentar a missa e a comunhão diária. Apesar do sucesso escolar e desportivo, István cultivou a modéstia, ao ponto de um professor lhe dizer que sofria de “micromania”, em contraposição da tendência dos seus camaradas, a megalomania.
Em 1934, finalmente, ingressa nos Jesuítas. Quer tornar-se um autêntico soldado de cristo: sonha com as missões, e ser mártir. Todavia, quatro meses depois, sente um cansaço generalizado. Sua saúde degrada-se de forma alarmante: dores articulares obrigam-no a ficar acamado. Três meses de hospitalização e tratamentos dolorosos não põem termo ao problema. Mas tampouco da sua energia interior. Suporta tudo com paciência e coragem heroicos, apesar das dores atrozes. É a Deus a quem recorre, sempre de crucifixo na mão.
Apesar de breves melhoras, que lhe permitem o regresso ao noviciado, István volta a piorar. Sem diagnóstico assertivo nem antibióticos, está condenado. Ofereceu a Deus a sua vocação, as suas dores, a sua vida. Tinha 19 anos e oito meses.
A reputação da sua santidade logo se espalhou, não cessando de crescer, particularmente entre os jovens. Em plena “Guerra fria”, sua popularidade era tanta que o regime comunista promoveu, com um romance e um teatro, a descredibilização deste “santo artificial” criado pela “conspiração jesuíta”. Mas sem sucesso.
Três ensinamentos podemos retirar da vida deste jovem, cujo processo de canonização foi lançado em 1994: a importância da conversão, como mudança de coração e de vida; o poder da oração e do esforço no combate à imperfeição; e o acolhimento, entusiasta e alegre, da vocação como chamamento pessoal de Deus.

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