PRIMAVERA 24 - Marcel Callo

MARCEL CALLO nasceu a 6 de dezembro de 1921, em Rennes, na Bretanha francesa.
Filho de uma família religiosa, integra os escuteiros e, mais tarde, a JOC (Juventude Operária Católica). Aos 13 anos, torna-se aprendiz tipográfico.
Quando a Alemanha invadiu a França, em 1940, Marcel e alguns amigos ajudam muitos a escapar dos territórios ocupados, em direção à parte sul da França, ainda livre.
Entretanto, em 1943, a sua cidade é bombardeada. Aí perde sua irmã Madeleine. No dia do seu funeral, recebe a ordem de chamada para o STO (Serviço de Trabalho Obrigatório), na Alemanha. É o meio que os Nazis têm para angariar mão-de-obra barata, desprovendo as populações locais de resistência, deixando apenas os “colaboracionistas”. Marcel pode fugir ou esconder-se, mas tal acarretaria represálias para os seus. Decide apresentar-se. “Parto como missionário para ajudar os meus irmãos da JOC”. Despede-se da noiva e do seu irmão que nunca verá sacerdote.

Já na Alemanha, trabalha na fábrica Walther, na secção de montagem de morteiros. Com outros 17, aloja-se num quarto preparado para 5.alimenta-se mal, passa frio, trabalha 11 horas de pé, num ambiente lastimável. Depois de um período de desânimo inicial, reage. Essa fábrica é terra de missão. Procura outros jocistas e descobre um padre que fala francês. Inicia um intenso apostolado: motiva uns, converte outros. Entrega-se com tal generosidade – “como é belo e reconfortante sofrer pelos que amamos!” – que dá nas vistas. A Gestapo vem detê-lo.
A 7 de outubro de 1944 é transferido para o campo de concentração de Mauthausen. Aí, Marcel conhece todos os suplícios do intento nazi de destruir e degradar: fome extrema, sede, frio e torturas diárias. Vence o suplício espiritual e a angústia cantando e rezando. Muitos testemunhos afirmarão posteriormente: Marcel jamais insultou os seus carrascos ou pronunciou uma palavra de ódio.
Por fim, cai doente e desfalece no dia 19 de março de 1945. Tem 23 anos. O coronel Tibodo, testemunha das suas últimas horas de agonia, dirá: “Nunca vi num moribundo um olhar como o seu. Vi nele um olhar santo!”
Marcel foi beatificado pelo papa S. João Paulo II, em 4 de outubro de 1987. É um dos patronos da próxima Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.