PRIMAVERA 17 - Basile Ouedraogo
A 19 de novembro de 1983, morria BASILE NASSA OUEDRAOGO.
No funeral deste jovem do alto-Volta (atual Burkina-Faso), concelebraram 1 cardeal, 2 bispos e 35 padres.
Basile sentira-se interpelado pelo Evangelho de Jesus. Mas uma forte crise de fé fá-lo perder o gosto pela oração e cai na descrença total. Pensa deixar tudo e embarcar para Moscovo para aí frequentar um curso de propaganda marxista. Mas hesita. Pede ajuda para melhor discernir.
Meditando na Carta de S. Paulo aos Romanos desfaz as suas dúvidas. Sente-se chamado ao sacerdócio. Será testemunha da Misericórdia. Dedica-se particularmente a uma pequena comunidade que acolhe pessoas com deficiências. Alguém disse dele: “Basile escuta as nossas alegrias, as nossas dores, o nosso desejo de sermos acompanhados.” Estende também a sua generosidade à prisão, ao hospital e a uma associação de solidariedade com os mais desfavorecidos. O próprio confessou: “O Senhor faz-me compreender cada vez melhor que me chama a uma vida de pobreza e que me pede para consagrar toda a minha vida aos pobres.”
Em setembro de 1981 entra no seminário. Em outubro do ano seguinte é-lhe detetada uma grave infeção renal. O diagnóstico é impiedoso: até ao final da vida, tem de se submeter a diálise. Como o seu país não dá resposta tem de decidir entre partir para França, sem regresso, ou ficar, para morrer. Escolhe ficar. No hospital, passa seus últimos dias totalmente entregue à oração e à atenção pelos outros. “Estava preocupado com a saúde dos seus companheiros doentes e rezava por eles. Permaneceu delicado e atento a todos os que o rodeavam até ao fim.” Outro testemunho disse dele: “Basile ensinou-nos a rezar. Rezar sempre sobretudo diante da morte. Com ele, descobri também que a morte, na fé e na oração, não é um drama. Basile não temia a morte.”
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