XXIV Domingo Comum (B)

RESPOSTA VITAL

LECTIO DIVINA – Um Roteiro

0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.

1. O que diz o texto
- Leio pausadamente Mc 8, 27-35.
- Sublinho e anoto o mais significativo.
Jesus sonda seus discípulos sobre a sua identidade. Aproveita também para anunciar a sua paixão, morte e ressurreição, repreendendo Pedro que rejeita essa possibilidade.

2. O que me diz Deus
- Que pensamentos e sentimentos despertam em mim esta passagem?
Jesus não cisma com a opinião pública. Só afere se os seus discípulos estão cientes da sua identidade. Para muitos, Jesus é só mais um profeta. Para Pedro, é único. Ainda assim, subentende expetativas próprias. Porém, não é discípulo quem bate palmas, nem aquele que se limita a dizer algo, sabido ou decorado. Antes, é seguir o Mestre, comprometido, mesmo quando isso implica cruz. É o sentido da resposta de Jesus a Pedro: “reocupa teu lugar atrás de mim!” Onde me posiciona a minha resposta?

3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, quem és para mim? Que digo eu? Repito o que ouvi, algo decorado ou experimentado pessoalmente de Ti? É a caminho que percebo a resposta, porque são os meus passos que dizem a minha fé. Sigo-Te por costume e mero interesse? Ou a necessidade que tenho de Ti torna-se relação e convicção?
Dizer a fé exige compromisso. Implica a vida. As escolhas diárias revelam se busco “as coisas dos homens ou as de Deus”. Quando me afasto de Ti, reconheço que me quero poupar às exigências do teu seguimento. Como Pedro, pretendo mudar-Te as ideias. Julgo saber o que é melhor. Para quê esquivar-me, se é nas horas difíceis que me percebo discípulo e experimento a tua ação em mim? Tenho de aprender a renunciar às minhas certezas, “perder” a vida para reencontrá-la na ousadia de Te seguir.

4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, “Tu és o Messias”. Digo-o e sinto-o. Com a tua graça, também o viverei. Quero, agora, louvar-Te e agradecer, contemplar e adorar.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.

PROVOCAÇÕES
- Se tenho Jesus por ‘Deus’, amo-O sobre todas as coisas?
- Se O digo ‘Senhor’, tomo as minhas decisões a partir d’Ele?
- Se O reconheço como ‘Salvador’, dou-O a conhecer aos outros?

UM PENSAMENTO
“Dizer é mais do que um saber. Implica compromisso, a vida, de quem diz.” (D. António Couto)

UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça de concretizar, vivendo, a fé que digo ter.

UMA ORAÇÃO-POEMA

Quem és Tu para mim?
Dizer-Te, somente
por julgar saber-Te,
repetido e decorado
de outros, externamente…

Dizer-Te, pausadamente
e saber-Te, ouvindo
apenas a Ti
e aprender-Te, abismado
internamente…

Dizer-Te, expressamente
por saberes-me a presença
testada, experimentada
e, entretanto, vivida
entranhadamente…

UMA CANÇÃO
Abigail Duhon – I am not ashamed