III Domingo do Advento (A)
RECONHECER OS SINAIS DE DEUS
“És Tu Aquele que há de vir…?” (cf Mt 11,2-11)
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
1. Preparação
Procuro um lugar tranquilo e agradável que me ajude à concentração.
Encontro uma boa posição corporal.
Silencio o meu interior. Respiro lenta e suavemente.
Tomo consciência da presença de Deus.
- Invoco o Espírito Santo para que seja luz e guia na minha meditação e contemplação.
2. Leitura
Releio pausadamente a passagem evangélica (Mt 11,2-11)
- Procuro entender o texto, percebendo o que ele transmite, através dos elementos presentes (lugar, personagens, gestos e ditos) como se fizesse parte do episódio.
- Procuro entender a mensagem e significado, hoje para mim. O que me diz, o que me faz sentir?
- Sublinho o importante; fixo o essencial. Esta Palavra é-me dirigida.
3. Meditação e Oração com Deus
Com o Advento meio percorrido e o Natal do Senhor mais próximo, sou convidado à alegria. A minha fé deve transparecer, de forma alegre, como encaro o meu presente e futuro. Mas as exigências e preocupações do quotidiano, somados aos dramas e injustiças sociais, tendem a escurecer a minha esperança, dando lugar a dúvidas e receios. Assim, compreendo que João Baptista, encarcerado por Herodes, se interrogue sobre a “demora” de Jesus em tornar clara a sua missão salvífica. Desde as mágoas e inseguranças, faço minha a sua pergunta: “És Tu Aquele que há-de vir?”
Senhor, sinto-me tão frágil em certas ocasiões que duvido de tudo, de mim, dos outros, de Ti. Desanimado e desiludido, os meus pensamentos obscurecem o olhar e intoxicam os sentimentos. Não me dou conta que é a minha interpretação negativa dos acontecimentos que me rouba a esperança e a alegria.
Mas, na verdade, Tu estás bem próximo. Os teus sinais, ainda que discretos, estão presentes: um olhar mais límpido que cura a “cegueira”; uma esperança que me faz “caminhar” mesmo na dificuldade; um desejo de amar mais forte que todas as “leprosas” mágoas; uma palavra que vence a minha “surdez”; a minha “pobreza” enriquecida pelo teu Evangelho…
Senhor, dá-me um coração e um olhar capazes de reconhecerem a tua presença e ação em mim, nos outros, nos acontecimentos…
Faz-me perceber que és companheiro de jornada em tudo quanto vivo: luz nas minhas noites, força e amparo nas minhas lutas.
Desafia-me a viver de fé e esperança de forma a, também eu, ser sinal teu junto dos outros. Que através das minhas palavras e obras sejas “Deus-connosco”.
Converso conTigo como um amigo: falo, escuto, peço, louvo, pergunto, silencio.
4. Contemplação
Abandono-me nas tuas mãos, Deus.
Peço-Te que me reveles a tua vontade, o que esperas de mim, qual a resposta que mereces de mim.
Saboreio o teu olhar sobre mim. Peço a graça de Te reconhecer no meu quotidiano.
Confio e agradeço, com palavras minhas.
Contemplo e adoro.
Confiando em Ti, ouso comprometer-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros à minha volta.
UM PENSAMENTO
“É de noite que é belo acreditar na luz”. (Platão)
PROVOCAÇÕES
- Seguimos Jesus e seu Evangelho ou esperamos outro salvador?
- A minha fé alimenta-se de sinais ou depende de milagres?
- Sei distinguir os sinais de Deus das minhas próprias expectativas?
UM PROPÓSITO
Pedir ao Espírito Santo a graça de reconhecer os sinais de Deus na minha vida.
UMA ORAÇÃO-POEMA
Aguardo em jubilosa esperança…
Em meus arredores, não encontro
Fonte para a sede que me habita
E canso por não achar descanso
Para tamanha ânsia de vida cheia.
Diz-me: és Tu Aquele que há-de vir?
Entre tumultos meus, ouço a Palavra.
A fé apurada, pela dúvida e na espera,
Ergue o cego, coxo e surdo que sou.
“Deus-connosco”, tomaste o pobre
Por caminho; nossa história como tua.
Sim, és Tu Aquele que estava para vir.
UMA CANÇÃO
Kari Jobe - You are for me
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