XIII Domingo Comum (A)
QUEM PERDE, GANHA
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto
- Leio pausadamente Mt 10,37-42.
- Sublinho e anoto o mais significativo.
Jesus revela exigência no seu seguimento. Este implica convicção para tomar decisões difíceis e assumir uma adesão inequívoca. Em consequência, o verdadeiro discípulo deixa transparecer a presença de Deus na vida, até nos pequenos gestos.
2. O que me diz Deus
- Que pensamentos e sentimentos despertam em mim as palavras de Jesus?
Com suas palavras, Jesus desafia-me a recusar meias-medidas e meios-compromissos. Amar Jesus mais que aos pais (ou filhos) não contradiz o quarto mandamento: Honrar pai e mãe. A proposta radical de “perder” a vida por sua causa é, na verdade, o convite a viver numa perspetiva nova: amar mais e melhor, vencendo mágoas e ressentimentos. Nada pode adiar ou condicionar a minha adesão ao Evangelho de Jesus. Como discípulo, cada gesto, atitude e escolha deve revelar a presença e ação de Deus em mim.
3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, serei digno de Ti? Talvez esteja demasiado dependente dos meus relacionamentos humanos. Amo-Te verdadeiramente, ao ponto de abraçar a cruz? Sinto, tantas vezes, que fujo dela. Aprendendo de Ti, saberei amar mais intensa e gratuitamente os outros, pais incluídos. Como Tu, quero dar-me, generosamente.
O amor impede-me de “jogar pelo seguro”. O amor não se guarda nem resguarda. É “perdendo-me” que me encontro. É dando-me que descubro o melhor de mim. Ajuda-me, Senhor, a vencer o medo e a arriscar, confiando na tua Palavra.
Quero viver cada situação e encontro como oportunidade para acolher a tua presença. Quero também transformar cada gesto e palavra num copo de água fresca a distribuir àqueles que me rodeiam. Sê Tu a água, que eu farei de copo!
4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, tua Palavra é interpelação radical. Mas é também conforto ao dar-me o amor por herança. Por isso, Te louvo. Em silêncio agradecido, contemplo e adoro.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
PROVOCAÇÕES
- Em que ponho a minha segurança?
- A minha família é transmissora dos valores evangélicos?
- O que condiciona ou adia meu testemunho cristão?
- Os meus gestos e atitudes são “água fresca” para os outros?
UM PENSAMENTO
“Só existo na medida em que existo para alguém; em última análise, ser é amar.” (Emmanuel Mounier)
UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça de dar vida a cada gesto.
UMA ORAÇÃO-POEMA
Por ser tua água tão fresca
cedo a sede cederá
apaixonada pela nascente.
Virá sedenta e suplicante:
primeiro, envergonhada,
tão indigna quanto necessitada.
Aos poucos, deixará outras fontes,
aperaltada de ânfora, vazia,
pronta a quebrar-se, saciada.
E, de tanto mergulhar nela
(a nascente que és Tu),
aprenderá a sequiosa a regar,
mitigando outros sedentos,
tornando-se taça oferecida
e transbordante
da tua água fresca.
UMA CANÇÃO
Hillsong United – When I lost my heart to You
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