NATAL do Senhor
UM DEUS APÁTRIDA
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto
- Leio pausadamente Lc 2,1-14.
- Sublinho e anoto o mais significativo.
Sem lugar para Ele, começa a vida terrena do Salvador do mundo, reclinado numa manjedoura. E são os pastores, gente marginalizada, os primeiros a receber a grande notícia.
2. O que me diz Deus
- Que pensamentos e sentimentos despertam em mim neste episódio?
Além de todo o folclore comercial, emotividade sentimentalista, abordagens mais intelectuais ou religiosas, o Natal pretende ser outra coisa. Não me posso limitar a fazer de “cristão um vez no ano”. Não é questão de modas, tradições ou vaidades. Só é possível aproximar-me do Natal desde a fé e na simplicidade. Deus, para me encontrar, escolhe a via da modéstia e acena-me através da pequenez. Sua presença, no despojamento do presépio, é sorriso divino no coração da miséria humana, minha e do mundo.
3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, com o teu Natal – pois não há outro –, és Tu quem me buscas, não resignado com a minha distância. E assim acontece. Natal não é quando o homem quiser, mas quando Tu queres. E constantemente chegas, naquele que mais precisa.
Natal não é uma data, marcada no calendário, que se aguarda e logo termina. Não se fecha com uma celebração terminada, embrulhos distribuídos e retalhados, “merenda comida e companhia desfeita”. Assim voltas a ficar sem lugar entre nós. É antes princípio de algo totalmente novo. Tua presença, entre nós, nada pode deixar igual.
Ajuda-me a dar conta do teu nascer em mim, a extrair tudo o que possa obstruir a renovação que desejas operar no meu viver. Torna-me capaz de Te abrigar, na pessoa daquele que encontro. Permite-me, assim, ser sinal deste novo começo, no meu quotidiano. Faz que o teu Natal em mim se prolongue continuamente, no dia seguinte, acolhendo outros.
4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, não Te quero deixar sem morada. Procurar-Te-ei nos encontros diários, naqueles que solicitarem refúgio. Assim Te louvo, contemplo e adoro.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
PROVOCAÇÕES
- Tenho lugar para Deus, no meu quotidiano?
- Meu sentido solidário prolonga-se no resto do ano?
- Alegro-me com as coisas simples, multiplicando-as em gestos e atitudes?
UM PENSAMENTO
“Cristo é Aquele que constrói no homem o seu templo para colocar Deus nos homens”. (São Clemente de Alexandria)
UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça de reconhecer e acolher Deus nos outros.
UMA ORAÇÃO-POEMA
Completaram-se os dias.
Mas a espera humana,
prenha de ânsias,
não se aperaltou
para oferecer moradia
ao Senhor dos seus dias.
Completam-se os dias
e sigo sem reconhecer
Aquele que vem até mim
expatriado de si,
desabrigado de abraços
adiados pelo meu coração
evadido dos mesmos trilhos.
Completar-se-ão os dias
e Tu, sem desistência,
a rastrear-me os sentimentos
até encontrares fresta
por onde adentrar
um feixe de luz e calor
a incendiar-me a vida
até ser, por fim, hospedaria.
UMA CANÇÃO
Terrian - God with us
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