XVIII Domingo Comum (B)
FOME DE VIDA MAIOR
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto
- Leio pausadamente Jo 6, 24-35.
- Sublinho e anoto o mais significativo.
Após a multiplicação, Jesus indica outra fome que dispensa milagres. A sua real missão é ser “pão da vida” para todos. Este recebe-se pela fé que plenifica a existência.
2. O que me diz Deus
- Imagino-me ouvinte das palavras de Jesus. Que sinto?
Jesus não me quer pedinte de graças que me mantenham fechado sobre mim mesmo. Sou chamado a mais. Se antes multiplicou e distribuiu pão, hoje Ele mesmo se oferece como sustento para uma fome de vida maior. No Evangelho de S. João, os milagres são sinais que apontam para Jesus. O único que me é pedido é crer n’Ele. Tal não é mero exercício teórico e mental, nem prática ritualista. É experiência vital e quotidiana da sua presença em mim. Viver d’Ele deve tornar-se meu pedido prioritário.
3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Que Te peço eu Senhor? Que busco? Suplico legitimidades, imploro minudências… Grave é esquecer-me de Te incluir no pedido. Espero o mesmo pão de sempre quando Te ofereces, a Ti mesmo, como alimento para outra fome, adormecida, mas não extinta em mim. Minhas preces refletem amor ou mero interesse?
Quero fazer as tuas obras para merecer esse outro pão. Em resposta, dizes-me que basta crer em Ti. Porém, crer é mais que dizer. É viver o que se crê, aprendendo de Ti a pensar, sentir, desejar, amar… trabalhando e sofrendo, mas vencendo.
Seguir-Te é acolher-Te e hospedar-Te em mim. É alimentar-me de Ti como pão e do teu Evangelho fazer caminho meu. É experimentar-Te e identificar-me ao teu projeto. Nada mais… mas tampouco nada menos.
4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, Tu és Pão de Vida maior. Em Ti estanco a minha sede. Em Ti encontro repouso. Por tudo isso, agradeço e louvo. Contemplo e adoro.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
PROVOCAÇÕES
- Do que tenho eu verdadeiramente fome?
- Desejo mais Deus do que os seus favores?
- Que diz a minha fé da minha relação com Ele?
UM PENSAMENTO
“Criaste-nos para Ti, e nosso coração anda inquieto enquanto não repousa em Ti.” (Santo Agostinho)
UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça de ter fome de Deus e da sua Palavra.
UMA ORAÇÃO-POEMA
Outro pão para outra fome
pois do mesmo consumir
apenas se ceva o ter,
(tão voraz quanto frágil)
nada dessedentando o ser.
Outra fome de outro pão
uma que franqueia novos rumos
e empenhe devidos passos
(que firmam e medram)
ressurgindo distinta luz.
Mas, não me dês pão.
Basta que minha fome sejas
e por ela irei, de mão dada.
Não mais terei outra sede
além de em Ti crer, sendo.
UMA CANÇÃO
Marcela Gandara – Más que un anhelo
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