XXXIII Domingo do Tempo Comum (A)
O CONTÁGIO DO BEM
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto
- Leio pausadamente o Evangelho Mt 25, 14-30.
- Sublinho e anoto o mais significativo.
Um senhor, antes de partir de viagem, distribui avultadas quantias de dinheiro pelos servos para as administrar. No regresso, premeia os que duplicaram os rendimentos e repreende severamente o que, por medo, se limitou a esconder o que recebera.
2. O que me diz Deus
- Imagino-me como servo a receber bens de Deus. O que me diz a parábola? Que sinto?
Esta parábola explicita a razão de ser do apelo à vigilância (ver passado domingo). Jesus incita a uma atitude produtiva, distinta dos escribas e fariseus que “dizem e não fazem”. Mas é a confiança ilimitada do senhor que é realçada. Os servos recebem quantias incrivelmente avultadas, “conforme a capacidade de cada um”. Esses bens simbolizam o Evangelho de Jesus, as graças e dons concedidos por Deus. O que faço eu deles? Noto que o terceiro servo não praticou mal algum. Mas é acusado de mau e preguiçoso. Desperdiço os “talentos” recebidos? Ou, grato, atuo de forma generosa, retribuindo?
3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, tenho recebido tanto de Ti! Tudo o que, verdadeiramente, enriquece a minha existência foi-me dado de forma gratuita: família, amigos, oportunidades, o melhor de mim… O fruto do meu empenho é conseguido tendo por alicerce a certeza de me sentir amparado.
Mas poderia render muito mais, reconheço. Medo de falhar, respeitos humanos, comodismo, egoísmo… tantas são as tentações em enterrar a oportunidade do bem. Malgasto minha liberdade sem fecundar a minha vida e a dos outros.
A verdade é que me sinto outro quando me entrego a uma causa justa; quando defendo a verdade; quando me dou generosamente… Senhor, peço-Te: torna meu coração suficientemente grato para retribuir na medida do que recebo de Ti e de outros.
4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, quero aprender de Ti a dar-me, sem medo. Reconheço e agradeço profundamente cada graça e dons concedidos. Louvo tua imensa magnanimidade. Contemplo e adoro. Tu és meu talento mais precioso.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
UM PENSAMENTO
“Não sou livre de amar ou não amar. Sou livre para amar.” (Abbé Pierre)
PROVOCAÇÕES
- Na paróquia, no trabalho, na sociedade, sou empreendedor ou apenas consumidor?
- Quantos contagio com o testemunho da minha fé?
- Quem encorajo no caminho com a minha esperança?
- Quantos gestos e atitudes de amor partilho com o próximo?
UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça de retribuir e duplicar cada graça e dom recebidos.
UMA ORAÇÃO-POEMA
Ao dares o Ser
Confiaste-me o maior dos bens
Muito além do que poderia crer.
Quantas vezes, aterrado
Acabei por esconder, enterrado
O sonho mútuo de crescer.
Confundi semear com guardar
E não ousei frutificar, multiplicar.
Fingindo não saber
Como, onde nem quando,
Acabei desterrado
De mim… de Ti.
Mas Tu, só esperas,
Por tanto amar,
Que de Ti aprenda a ousar
Tomando parte da tua alegria.
UMA CANÇÃO
Needtobreathe – Multiplied
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