XI Domingo do Tempo Comum (A)
COM+PAIXÃO NO OLHAR
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
0. Preparação
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. Leitura
Leio pausadamente o Evangelho Mt 9, 36 – 10, 8.
- Torno-me presente, no tempo e lugar deste episódio. O que vê Jesus? Como olha? Imagino-me chamado e enviado por Ele. O que sinto? Como reagiria, o que responderia?
- Sublinho o importante; fixo o essencial.
2. Meditação
Perante as multidões “abatidas e fatigadas”, Jesus experimenta compaixão. Essa é a raiz da missão: a compaixão (sofrer junto) de Deus pela humanidade. Só a indiferença e o egoísmo encaram o sofrimento alheio sem reagir. Mas o coração de Deus remove-se e desafia-me a cooperar na obra de justiça e de salvação. Por isso, ontem e hoje, convoca “trabalhadores para a sua seara”. Se a salvação é “coisa de Deus”, é salvífico colaborar com Ele. Por isso, a missão é “coisa de todos”. Somos chamados a ver e sentir como Deus para, juntos, atuarmos a favor de todos. Recebo, de graça, amor e salvação de Deus. Como amado e salvo, tenho de retribuir, de graça.
3. Oração com Deus
Senhor, aprendo tanto com o teu olhar. Sabes ver para além do que parece. Solícito como um pastor, observas desde o teu coração compassivo, percebendo a necessidade alheia. E eu, como olho para os outros? Talvez julgue e despreze. Por isso, Senhor, dá-me um olhar semelhante ao teu. Saiba eu ter o mesmo sentimento compassivo.
Como é grande a messe! E são tão poucos os trabalhadores! Daí, quereres contar comigo. Esperas que faça da minha oração uma súplica: solicitar ao Pai operários, na esperança que eu me converta na resposta ao pedido. Incluo essa necessidade nas minhas preces? Disponho-me a ser obreiro da messe, com o que sou e tenho? Ajuda-me a perceber que não posso ser cristão sem servir, sem sair de mim.
Como muitos outrora, eis que me chamas, pelo meu nome. E envias, em teu nome: a proclamar que és compaixão; a curar com amor todo o desalento; a ressuscitar a esperança nos corações; a sarar a solidão de tantos; a libertar de mágoas e ressentimentos; e dar de graça o que de Ti recebi, por tua graça.
4. Contemplação
Senhor, sinto e saboreio o teu olhar sobre mim. Olho-me, agora, como Tu me olhas: tua misericórdia restaura todo o cansaço e abatimento. Por isso, Te louvo e em Ti confio. Contemplo e adoro. De Ti, aprendo a ver, sentir e ser compaixão.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
UM PENSAMENTO
“A verdadeira compaixão não significa apenas sentir a dor de outra pessoa, mas estar motivado a eliminá-la.” (Daniel Goleman)
PROVOCAÇÕES
- Tenho olhar e coração compassivos? Quando, com quem e como?
- Hoje, quem envia Cristo? Aonde? Como? Para quê?
- Sinto-me chamado e enviado de Cristo (na meio familiar, social, profissional)?
- O que anuncio aos outros com a minha vida?
UM PROPÓSITO
Pedir ao Espírito Santo Santa a graça de ter um olhar compassivo, como Jesus.
UMA ORAÇÃO-POEMA
Com paixão, olhaste o mundo.
Do teu coração compadecido,
Viste… e sentiste, por dentro
O que resguardo, por fora
Insaciada fome, sequiosa sede.
De mim, multidão desgarrada,
Te fizeste solícito e bom pastor.
Ainda que cansado e abatido
Em mim, viste seara e operário,
Só com teu olhar de compaixão.
Nomes e rostos são vidas para Ti
Tornadas mãos tuas nesta messe
Imensa, de espera, fruto e reenvio
A proclamar que só o amor cura
Pois nada se reergue sem paixão.
UMA CANÇÃO
Brandon Heath – Give me your eyes
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